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sábado, 20 de dezembro de 2014

Filhotes caninos e o leite materno

Um cãozinho de 3 dias ingere aproximadamente 20% do seu peso corpóreo de leite materno por dia. Já um filhote de 3 semanas ingere em torno de 40%.

O leite da cadela possui mais proteínas, gorduras e calorias que o leite de vaca. Em contrapartida, o leite de vaca possui mais carboidratos e é por isso que um filhote fica com diarreia quando alimentado com esse leite, e não pela gordura como pensa a maioria.



Fonte: Fabio Sakita, Jornalista do Portal do Dog

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Vacinação de Cães em Detalhes – Como aplicar e quais doenças são prevenidas


Importante para manter a saúde dos animais, a vacinação em cães pode prevenir seu pet de doenças graves e até fatais. Saiba mais sobre vacinas em cachorros

A vacinação em cães é algo que todos os donos de pets devem ter em mente quando adicionam um novo amigo canino a família. Prevenindo os cachorros de doenças que vão das mais simples e corriqueiras até as mais graves e fatais, as vacinas disponibilizadas para cães nos dias de hoje podem ser a solução perfeita para que seu pet tenha uma vida longa e saudável.

Parvovirose, cinomose, tosse dos canis, giardia e raiva são apenas algumas entre as diversas doenças que podem ser prevenidas no seu pet por meio da vacinação em cães. Entretanto, os proprietários de animais de estimação caninos devem ter em mente que, apesar de as vacinas serem primordiais para evitar muitas doenças, elas também podem causar problemas se não forem administradas da maneira correta; aumentando a chance de que seu pet desenvolva males crônicos em função do excesso de medicação.

Ao adotar um cachorrinho, é essencial que o seu responsável procure se informar bem em relação às datas e os tipos de vacina mais importantes para o animal, e uma visita a um profissional veterinário se faz necessária neste momento, já que ele é capaz de esclarecer todo tipo de dúvida em relação à vacinação em cães e, ainda, indicar os locais mais adequados para que esta importante medicação seja administrada.

Boa parte das principais vacinas animais - assim como no caso dos seres humanos - devem ser dadas aos animais ainda filhotes, sendo que algumas delas necessitam de reforços em períodos determinados de tempo. Por isso, consultar um médico veterinário logo após a adoção de um filhote é tão importante, pois, a partir de cerca de 45 dias de vida os cachorros já podem ser devidamente imunizados para evitar problemas de alta gravidade ao longo da vida.
Confira, neste artigo, algumas das mais importantes vacinas a serem tomadas pelo seu cão, e saiba que tipo de precaução é necessária para que seu pet fique imune a uma série de doenças e zoonoses comuns aos cães.

Calendário de vacinação

Para que nenhuma das principais vacinas para a saúde do seu pet não seja esquecida, é importante que se saiba quais são elas e, com o calendário abaixo, é possível organizar melhor as imunizações de seu bichinho de estimação – que devem ser iniciadas a partir dos 60 dias de vida do animal e ter intervalos de 21 dias entre elas:

  • Vacina VX (1ª dose polivalente = V8 ou V 10)
  • Vacina VX (2ª dose) + Vacina TC (1ª dose de imunização da Tosse dos Cães)
  • Vacina VX (3ª dose) + Vacina TC (2ª dose)
  • Vacina GI (1ª dose contra Giárdia)
  • Vacina GI (2ª dose) + Vacina VR (Anti Rábica)


Vacinação em filhotes

Além de prevenir seu pet de doenças ao longo da vida, a vacinação é importante, principalmente, para os filhotes de cães – que contam com um sistema imunológico ainda frágil nessa fase da vida e, com isso, ficam ainda mais propensos a seren infectados por diferentes vírus e bactérias. Recomenda-se, inclusive, que filhotes ainda não vacinados evitem o contato com animais que, mesmo vacinados, saiam à rua. Mesmo em clínicas veterinárias, é preciso que os pets permaneçam no colo dos donos, evitando a possibilidade de algum contágio.

Na grande maioria dos casos, a vacinação em cães segue um calendário bastante específico, sendo que as vacinas chamadas de V8 e V10 são as mais indicadas e importantes para os filhotes, conhecidas, também, como vacina polivalente, combinada ou múltipla. A diferença de numeração das vacinas fica por conta da quantidade de antígenos que elas têm, sendo que, enquanto a V8 protege contra a Leptospira Canicola e a Leptospira Icterohahemorrhagiae, a V10 inclui, além destes, os antígenos para Leptospira Grippotyphosa e Leptospira Pomona.

Em teoria, optar pela vacina para cães de maior numeração seria a melhor escolha, já que poderia prevenir o animal de mais doenças, no entanto, o alto número de antígenos não é, necessariamente, indicado para todos os cães. Como os subtipos das doenças variam de acordo com as diferentes regiões do mundo, muitos cachorros podem viver em locais onde determinados subtipos não existem e, portanto, não haveria motivos para a imunização.

Administrada em três doses, as vacinas V8 ou V10 devem ser dadas ao seu bichinho de estimação quando ele tiver, respectivamente, 45, 66 e 87 dias de vida; e devem ser renovadas anualmente para garantir sua eficácia. Ao completar 129 dias de vida, os filhotes devem tomar a vacina contra a raiva, garantindo a imunidade de mais uma doença.

No caso de filhotes que por algum motivo não terminaram o desmame ou não contam com o conhecimento sobre o histórico de vacinas da mãe, a primeira dose a ser tomada é a de proteção contra a cinomose e a parvovirose. Sendo esta é uma vacina específica para esse tipo de caso, é preciso que um veterinário seja consultado, pois somente ele poderá indicar quais medidas adicionais devem ser tomadas para que seu cãozinho fique com saúde. Esta é uma medida aplicada antes do início oficial do protocolo de vacinação.

Doenças prevenidas pelas vacinas

As vacinas polivalentes (V8 ou V10) garantem a proteção dos cãezinhos contra sete doenças específicas, sendo que as vacinas contra raiva, giardia e tosse dos cães também são extremamente importantes para manter a saúde dos cachorros (e devem ser administradas de acordo com o calendário exposto anteriormente), conforme você confere abaixo:

Cinomose
Altamente contagiosa, a cinomose é transmitida pelo contato direto entre um animal infectado e outro sadio, ou por objetos infectados pelo vírus, podendo levar os cães não vacinados à morte. Assintomática em alguns casos, a doença pode afetar todo o organismo do cachorro acometido, causando desde vômitos, diarreias e falta de apetite até paralisias, convulsões, lesões medulares e cerebrais. Conheça mais sobre a Cinomose

Hepatite Infecciosa Canina
Também conhecida como Doença de Rubarth, a Hepatite Infecciosa Canina é transmitida pelo contato do cão com secreções, excrementos ou sangue contaminado pelo Adenovírus Canino 1 (CAV-1). Afetando a função hepática do animal, a doença também pode causar alterações no Sistema Nervoso Central e seus sintomas incluem febre, dor abdominal e vômitos nos casos mais leves; desencadeando ataques convulsivos, depressão e coma nos quadros mais graves.

Adenovirose
Causada pelo Adenovírus Tipo II, a Adenovirose é responsável por problemas respiratórios em cães acometidos pela doença, que facilita novas infecções e, consequentemente, quadros mais graves e complicados, como pneumonias.

Coronavirose
Fatal em alguns casos, a Coronavirose tem o Coronavírus Canino como agente transmissor, encontrado nas fezes de animais infectados. Tendo crises de vômitos e diarreias como principais sintomas, a doença pode desencadear febre, excrementos com sangue, depressão, perda de apetite e desidratação.

Parainfluenza Canina
Uma das causadoras de tosse em cães, a Parainfluenza Canina é transmitida pelo contato direto entre animais sadios e animais infectados com o vírus da doença, causando tosses graves, secreções, febre e coriza. Em casos mais graves, pode debilitar o sistema imunológico do animal, facilitando outras complicações que podem ser letais.

Parvovirose
Muito contagiosa e uma das mais letais em filhotes, a Parvovirose Canina é transmitida pelo contato de animais sadios com fezes e secreções contaminadas, e pode ser fatal aos cães não tratados. Diarreia, vômitos e desidratação estão entre os sintomas da doença, que pode, ainda, causar depressão, problemas respiratórios e a morte súbita de filhotes aparentemente saudáveis. Conheça mais sobre a Parvovirose

Leptospirose Canina
Transmitida pela urina dos ratos, a Leptospirose Canina é uma zoonose, e pode ser classificada em 4 sorotipos diferentes: Icterohahemorrhagiae, Canicola, Grippotyphosa e Pomona. Desânimo, vômitos, hemorragias, diarreia e dor abdominal são alguns dos sintomas da doença, que pode evoluir para doenças renais crônicas e levar o cão à morte. Conheça mais sobre a Leptospirose Canina

Giárdia
Causada pelo protozoário Giárdia Lamblia, a giárdia é uma das causas de problemas intestinais em cães mais comuns. Transmitida pelo contato direto com outros animais e principalmente pela água, a doença tem diarreia, vômitos, dores abdominais, perda de peso e desidratação entre os seus principais sinais, embora uma grande parte dos infectados permaneçam assintomáticos. O diagnóstico da giárdia é feito pela análise das fezes do animal, e o tratamento da doença inclui a vermifugação e a administração de antibióticos. Conheça mais sobre a Giárdia

Tosse dos Canis
Também chamada de Traqueobronquite Infecciosa Canina, a Tosse dos Canis é uma doença que afeta o sistema respiratório dos cães, causando crises intensas de tosse. Filhotes e cachorros adultos doentes são os que tem maior probabilidade de contrair o problema, que tem o Parainfluenza Vírus, Adenovirus Tipo 2 e a bactéria Bordetela Bronchiseptica como agentes. Altamente contagiosa, a doença é transmitida pelo contato de cães sadios com animais infectados ou por aerossóis (gotículas eliminadas pelos espirros).

Raiva
Transmitida por meio do contato de um cão sadio com a saliva de um animal infectado, a raiva canina é fatal em quase 100% dos casos, sendo considerada uma das zoonoses mais perigosas. Incurável, a doença só pode ser prevenida por meio de vacinações anuais, e se manifesta de três maneiras distintas: Raiva Furiosa, Raiva Muda e Raiva Intestinal. Agressividade exagerada, salivação constante, mudanças de comportamento e paralisia são alguns dos seus sintomas, que evoluem até que o animal chegue ao óbito. Conheça mais sobre a Raiva Canina

Reações da vacina em filhotes

Alguns filhotes podem apresentar um comportamento estranho após a administração das vacinas, no entanto, na maioria das vezes isso não é motivo para preocupações. Pelo fato de a vacina conter, justamente, uma amostra dos antígenos aos quais imunizará, é comum que os cães fiquem um tanto apáticos e com aparência cansada nas primeiras 24 horas após a aplicação do medicamento.  Isto se dá devido à dor da aplicação e a febre esperada pela reação do animal à vacina aplicada.

O indicado nesses casos é simplesmente manter o animal em repouso, já que seu corpo está trabalhando para assimilar a vacina em seu sistema imunológico. Caso o cão filhote siga com o comportamento alterado após esse período inicial, é recomendado que um profissional veterinário seja procurado, para que possa examinar o pet e dar mais orientações sobre como ele deve ser cuidado.

Vacinação em cães adultos

Assim como no caso dos filhotes, as vacinas V8 ou V10 devem ser administradas aos cães adultos – tenham eles um histórico prévio de vacinação ou não. No caso do que nunca foram imunizados, diferente dos filhotes que ainda não tem o sistema imune formado, só é necessário uma dose de cada vacina para início da imunização, e renovadas anualmente. Para os que já contam com vacinas no histórico, a simples manutenção anual já é o suficiente para manter o pet protegido.

Embora não haja nenhum caso de má formação dos filhotes em função de vacinas para cachorros, as cadelas gestantes não devem receber esse tipo de medicação enquanto não tiverem seus filhos, pois a eficácia dos antígenos pode ser prejudicada. O ideal é que a cadela seja vacinada (conforme indicado anteriormente) ainda filhote ou somente após o nascimento dos filhotes.

Que precauções tomar na hora da vacinação em cães?

Vale lembrar que, para que as vacinas tenham total eficácia, o pet deve estar em bom estado de saúde quando for receber a medicação. Sinais como febre, diarreia ou algum tipo de secreção nasal ou ocular podem ser indicadores de que a aplicação deve ser adiada por algum tempo; tendo em vista que, em animais com algum tipo de problema de saúde, podem acontecer falhas da vacina em função do organismo debilitado do animal, que é medicado, mas não fica protegido contra as doenças.

Além disso, alguns cuidados também devem ser tomados para que o processo de vacinação no pet seja mais tranquilo, tanto para o animal como para quem for administrar as vacinas nele. No caso dos cães grandes, é indicado que estejam presos pela coleira e acompanhados por pessoas de tamanho suficiente para controlá-los na hora da aplicação – quando tendem a ficar bastante agitados - e não é aconselhável que crianças sejam as escolhidas para ficar junto ao pet na hora do processo.
Os cachorros mais nervosos devem sempre estar com a focinheira na hora da administração da vacina, já que podem reagir de maneira agressiva e machucar tanto quem aplica a medicação como seu próprio dono.

Também é primordial que as datas e períodos entre as vacinas sejam respeitados de acordo com a indicação do veterinário, já que sua eficácia pode ser comprometida no caso da administração errada.



Onde vacinar seu cão

A nossa indicação para a vacinação é sempre com um médico veterinário. O exame clínico, a decisão de quais vacinas a serem tomadas e o acesso à vacinas de qualidade superior são essenciais para a boa manutenção da saúde do animal e tais cuidados somente serão possíveis com a ajuda destes profissionais. Além de que, a validação da vacinação somente será aceita com o carimbo e a assinatura de um Médico Veterinário.

Fonte: Ricardo Tubaldini, CachorroGato

domingo, 7 de dezembro de 2014

ANTES E DURANTE... FATOS DA REPRODUÇÃO CANINA

Aproveite para passar em revista diversos conhecimentos sobre reprodução que podem ajudá-lo a tomar boas decisões relacionadas ao acasalamento (ou não) de cães
PERÍODO PRÉ-NUPCIAL

  • A cadela dá banheira. Quando a época de acasalar se aproxima, o comportamento da cadela muda. Ela explora mais o ambiente, procura menos por alimentos, fica ligada em odores de macho e, se houver um por perto, passa a maior parte do tempo próxima a ele chamando a atenção (urina mais e ergue a cauda, mostrando a região da vulva, por exemplo). Até o macho tímido é induzido à corte com esse assédio. A palavra estro (cio) vem do grego oistros, que significa desejo louco.

  • Vermelho: a cor do cio. No período que antecede o acasalamento, aparece vermelhidão e inchaço na vulva e um líquido avermelhado surge da vagina. Nessa fase, chamada de pró-estro, que dura geralmente de 7 a 10 dias, a fêmea se recusa a acasalar, podendo até ser agressiva com o macho.

Calcinha higiênica Na cadela o sangramento indica o período fértil. Você pode vesti-la com uma calcinha higiênica forrada com absorvente higiênico, à venda nas lojas especializadas, para evitar sujar a casa. Existem vários tamanhos. Mas fique atento: tire a calcinha dela na hora em que ela for fazer xixi.

  • Fila no portão: ferormônios chamam machos a quilômetros de distância. Cheirinhos exalados pela vagina e pela urina da cadela, a partir de até 10 dias antes de ela entrar no dia fértil e que persistem até o cio, são sentidos por cães a grande distância, apesar de as pessoas não os perceberem. Existem relatos de cães encontrados na casa de uma cadela no cio, há mais de oito quilômetros do local onde moravam. O macho atingido parece encantado: distrai-se no momento de guardar a casa ou se comporta indevidamente numa exposição, por exemplo. Se precisar, transpõe cercas ou arrebenta portões. Pode fugir de casa para chegar à fêmea.

NÚPCIAS

  • Chega o dia. A cadela está pronta para ser coberta entre o 90 e o 140 dia do cio e, se isso acontecer, ela poderá iniciar uma gestação. O certo é fazer acasalamentos a cada 48 horas, nesses seis dias, para garantira fertilização. É a fase chamada estro, na qual a fêmea urina com maior freqüência, lambe mais a vulva, que se apresenta inchada, e sangra menos, produzindo um corrimento mais escuro e líquido, ou nem sangra (desde o início do cio até o nono dia, o sangramento vai diminuindo).

  • Teste caseiro. Acaricie a base da cauda da cadela: se ela a puser de lado e expuser a vulva, além de apresentar os demais sinais da proximidade do estro (ver item anterior), a probabilidade de aceitar o macho e de estar no estro é grande. Mas nem todas as cadelas prontas para engravidar levantam a cauda.

  • Testes de laboratório. Exames como citologia vaginal, vaginoscopia e dosagem hormonal, realizados por veterinários especializados em reprodução, indicam qual é o dia do cio com maior chance de a cadela engravidar.

  • Ejaculação. A penetração começa com a monta, quando, por meio de algumas investidas, o pênis é introduzido na vulva da cadela. Já dentro da cadela, o pênis forma uma espécie de nó com um aumento de volume que não o deixa se desgrudar da fêmea. Depois de aproximadamente um minuto de acasalamento, o cão desmonta, mas o pênis cheio de sangue continua preso. É o que se chama de engate, que pode durar de 10 a 40 minutos. A ejaculação principia 15 a 30 segundos após a penetração e se mantém enquanto o cão estiver grudado à fêmea. No entanto, a emissão mais rica em espermatozóides ocorre geralmente nos dois primeiro minutos da cópula. Percebe-se, em alguns cães, a ejaculação pelos movimentos dos membros traseiros do macho, parecidos com um sapateado.

  • Não desengatar! O casal fica preso aguardando tranqüilo o final do engate. Não é aconselhável tentar separar os dois. Poderá haver fratura do osso interno que os cães têm no pênis. O cão estará ainda ejaculando e há risco de ele morder quem se aproxime.

  • Particularidades femininas.

    • No primeiro cio, geralmente a fêmea se mostra mais tímida em relação aos machos. No entanto, somente 10% das cadelas evitam ativamente os machos ou os atacam.

    • A taxa de rejeição de machos por parte das cadelas no cio varia de 25 a 80%. A maioria das cadelas mais velhas exibe uma certa preferência por determinados machos.

    • Geralmente, quando uma cadela é abordada pela primeira vez, permanece quieta enquanto o macho a cheira e se agacha para tentar montá-la.

    • O macho escolhido costuma ser um cão conhecido da fêmea, que vive perto dela.

    • Uma cadela dominadora pode não deixar que um macho subordinado a monte. A presença de cadelas dominadoras pode até inibir a cópula de um casal de cães subordinados.

  • Particularidades masculinas.

    • Pode demorar até 29 horas para que alguns machos decidam montar a fêmea ou desistam dela, sem mostrar interesse.

    • O macho experiente inicia a cópula por trás em 97% das vezes, enquanto o inexperiente só começa por trás em 39% das vezes. Ele tenta pelo lado, pela frente, até achar o lugar certo.

    • Machos sem experiência, criados longe de outros cães, têm mais dificuldade para a penetração, com sucesso em apenas 24% dos coitos. Os mais experientes chegam a um sucesso de 50 a 60%.

    • Somente um entre 15 machos consegue fazer o engate com sucesso durante o primeiro ano de vida. Há casos de exemplares com menos de um ano que depois de 39 tentativas não obtiveram sucesso.

    • Machos adultos são geralmente capazes de se acasalar por até cinco vezes ao dia. No entanto, se a relação sexual ocorrer mais de uma ou duas vezes por dia, a quantidade de espermatozóides tende a diminuir nas ejaculações seguintes. O ideal é um intervalo de 48 horas entre um ato sexual e outro.

ESTRATÉGIAS

  • Freqüência ideal de partos. Em geral, o cio se repete a intervalos de 4 a 12 meses, dependendo de características individuais e de raça, além de outros fatores, como a alimentação e o nível de estresse. Depois do primeiro parto, o ideal é que a fêmea não tenha mais de uma ninhada por ano, caso contrário haverá uma tendência a ninhadas menores, filhotes mais fracos e fraqueza da fêmea.

  • Com que idade já pode? Para machos e fêmeas, a puberdade vem entre os 6 e os 14 meses. As raças mais precoces são as menores, como o Pinscher e o Schnauzer, a partir dos seis meses. Nas maiores, a demora aumenta. Mas uma cadela só deve ser acasalada quando estiver com o físico pronto para uma gestação saudável. Em geral, com cerca de dois a três anos e meio de idade. Nessa faixa etária, uma cadela consegue desmamar a maioria da ninhada (média 4,28 filhotes) com menor índice de mortalidade (18,5%).

  • Quando pendurar as chuteiras? Os cios podem ocorrer por toda a vida. Há relatos de uma cadela que engravidou com 17 anos. Quanto aos machos, não há idade máxima para se acasalar. No entanto, vale lembrar que a partir dos seis ou sete anos de idade o sêmen pode perder qualidade, ou seja, gerar filhotes em menor número e que nascem mortos ou muito fracos. Nas cadelas com mais de sete anos, a mortalidade dos filhotes pode chegar a 40% da ninhada. Com mais de nove anos, a mortalidade chega a 80%. Para se obter melhor resultado, costuma-se acasalar as cadelas até os seis a oito anos de idade e os machos até os oito. No entanto, existem machos mais velhos que produzem ótimas ninhadas. Quando houver dúvida, pode ser avaliada a qualidade do sêmen por meio de espermograma realizado em laboratório veterinário.

  • Cios sincronizados?

Alguns relatos sugerem que existe uma espécie de sincronização do ciclo em cadelas que vivem juntas, vindo então a entrar no cio no mesmo período.

  • Como evitar acasalamentos indesejados. Anticoncepcionais são o último recurso: podem causar efeitos colaterais como tumor de mama e supressão total dos cios seguintes. O mais seguro é manter a fêmea longe do macho no período do cio. Estão à venda produtos com a promessa atraente de inibir o cheiro produzido pela fêmea no cio, mas, segundo a médica-veterinária especializada em reprodução animal Silvia Crusco, eles não funcionam.

  • Interrupção de gestação indesejada. Para interromper a gestação nos primeiros dias, existem medicamentos que podem ser receitados por veterinários.

  • Castração. É a melhor escolha para quem não deseja acasalar o cão. O indicado é retirar da fêmea os ovários e o útero e do macho os testículos e o epidídimo. O escroto permanece, mas fica menor por não abrigar mais os testículos. Quanto mais precoce a castração (pode ser feita a partir das oito semanas de idade), menos provável é o cão desenvolver instinto sexual e, portanto, ter comportamentos como marcar território, urinar quando excitado e se tornar agressivo. Problemas de saúde, também são evitados, como doenças sexualmente transmissíveis e câncer na região genital causado pela presença dos hormônios sexuais. O cão castrado depois da maturidade sexual (dos sete meses em diante) poderá apresentar comportamento de macho não castrado, como procurar por fêmeas no cio. Para os machos há ainda a possibilidade da vasectomia, que preserva todas as características de comportamento reprodutivo sem permitir a geração de descendentes. Alguns cães, depois da castração, tendem a engordar, o que pode ser evitado com a reavaliação do alimento oferecido. A castração contribui para evitara superpopulação canina e o conseqüente abandono.

  • Inseminação artificial. Essa é a melhor opção quando o macho não aceita a fêmea ou vice-versa; se o macho tiver doença não genética que o faça sentir dor na hora do acasalamento, como um mal de coluna; se o cão for agressivo na cópula ou o casal estiver fisicamente distante e ficar mais fácil enviar o sêmen do que a fêmea. As inseminações mais comuns são as feitas com depósito de sêmen na vagina (inseminação vaginal) e com depósito no útero (inseminação intra-uterina). Na primeira, o sêmen pode ser aplicado puro, diluído ou resfriado, sem cirurgia, enquanto na segunda é sempre congelado e há necessidade de anestesia e cirurgia.

  • De olho no genital. Secreção no pênis de aspecto purulento e diferente da lubrificação típica do cão excitado indica infecção. Pode ser branca quando causada por fungo ou protozoário; esverdeada ou amarela se for de origem bacteriana e sanguinolenta se houver traumatismo grave ou mesmo tumor. No caso da fêmea, podem-se notar secreções diferentes da lubrificação normal da vulva. Qualquer dúvida, procure um médico-veterinário.

  • Não acasalar cão com os seguintes males:

    • Brucelose. O cão afetado, mesmo tratado e sem sintomas, transmite o mal por toda a vida, por via sexual e pela urina. A fêmea aborta entre 45 e 50 dias de gestação e fica infértil. O macho fica com inflamação nos testículos e na bexiga, com infertilidade, dermatite escrotal e há quem associe o mal a bico-de-papagaio (doença nas vértebras). A causadora é a bactéria Brucella canis, que se aloja no órgão genital do macho e da fêmea. Ela é detectável por exame de sangue, que, se for feito no inicio do cio e der positivo, precisará de um exame de sangue complementar para confirmação (o laboratório Cepav faz ambos: www.cepav.com.br). A brucelose passa para o homem. E imprescindível usar luvas quando houver contato com sangue, placenta, urina e sêmen de cão portador da doença.

    • Herpesvirose canina. Transmitida sexualmente, faz os filhotes nascerem enfraquecidos ou a fêmea abortar e ficar infértil. Não há exame no Brasil. Por causa da semelhança dos sintomas, faz-se exame de brucelose e, se o resultado for negativo, suspeita-se de herpesvirose canina. O herpes-vírus canino não passa para o homem.

    • Tumores em órgão do aparelho reprodutor. Recomenda-se evitar o acasalamento de um cão que teve tumor, principalmente se houver casos do mal em parentes próximos, indicando possível propensão genética. No testículo, o tumor é detectável por palpação desde o início. Nos ovários, ele causa falta de cio, cio prolongado, infertilidade, sangramento pela vagina e aumento do volume do abdômen. Confirmada a presença, o melhor é retirar o tumor ou, em alguns casos, fazer quimioterapia. Anticoncepcionais aumentam a probabilidade de desenvolver tumores.

    • Tumor de Sticker. É um tumor venéreo transmissível. Suspeita-se que seja causado por um vírus e passado pelo ato sexual. Ataca principalmente os órgãos genitais e, em alguns casos, a região óssea do nariz ou a pele, deixando o tecido com a forma de uma couve-flor. O tratamento com quimioterapia costuma dar bom resultado.

    • Males genéticos. Hoje são conhecidas cerca de 400 doenças genéticas em cães. Não se deve acasalar exemplares que possuam alguma delas, pois fatalmente aparecerá nos descendentes. Um exemplo é o do criptorquidismo (testículo não desceu até o escroto), que pode ser unilateral (um não desceu) ou bilateral (os dois não desceram). A descida dos testículos deve acontecer até os quatro a cinco meses de idade. Outro mal genético bastante conhecido é a displasia coxofemoral (mau encaixe da cabeça do fêmur na bacia ou acetábulo), que pode causar fortes dores, manqueira e até impossibilidade total de locomoção. Manifesta-se principalmente em cães de grande porte e é facilmente detectada por raios X a partir dos 12 meses ou, em cães de grande porte, depois dos 18 meses. A atrofia progressiva da retina (PRA), perda gradual da visão que pode levar a cão à cegueira, atinge cães de mais de 50% das raças e pode ser diagnosticada por exame dos olhos no filhote. Já a síndrome de Von Willebrand (hemofilia) torna deficiente a coagulação e é detectável por teste de DNA a partir do primeiro dia de vida do cão.

CÃO
sistema reprodutivo

  • Testículos  produzem espermatozóide e o hormônio testosterona, que dá as características masculinas
  • Epidídimos  neles os espermatozóides são armazenados e amadurecem
  • Escroto  protege os testículos e os epidídimos
  • Próstata  produz a maior parte líquido seminal
  • Pênis  leva os espermatozóides até o sistema reprodutivo da fêmea durante o acasalamento. No cão o pênis tem um pequeno osso interno que facilita a penetração
  • Prepúcio  dobra de pele que protege todo o pênis


CADELA
sistema reprodutivo

  • Vulva  parte visível do aparelho reprodutor da cadela. Protege a vagina
  • Vagina  é o canal que recebe os espermatozóides no acasalamento e por onde passam os filhotes durante o parto
  • Tubas uterinas  nelas ocorre a fertilização e permanece os embriões por até nove dias antes de descerem ao útero
  • Útero  abriga os embriões vindo das tubas até completarem o desenvolvimento
  • Ovários  produzem os óvulos e os hormônios femininos progesterona e estrogênio

Fonte: www.caes-e-cia.com.br/

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Os amigos abandonados...



"No verão, quase dobra a quantidade de cães brasileiros que vão parar nos abrigos ou nas ruas porque seus donos não os querem mais"

Nathália Butti 




Assim como agosto é chamado o mês do cachorro louco, o verão é a estação do cachorro abandonado.
Muita gente viaja, não tem onde deixar o bicho e prefere abrir mão dele. A Sociedade União Internacional Protetora dos Animais (Suipa), que abriga 8 000 cães e gatos no Rio de Janeiro, costuma acolher em média quarenta animais abandonados por dia – no verão, o número sobe para sessenta. Calcula-se que haja no planeta 250 milhões de cães domésticos, 32 milhões deles no Brasil – a segunda maior população canina do mundo, atrás apenas da dos Estados Unidos. Além das férias, entre os motivos mais frequentes que levam muitos donos de cachorros a abandoná-los estão a mudança da família para uma casa menor, a perturbação causada pelos latidos e o desconhecimento do trabalho que dá criar um animal.

Lançar mão de entidades como a Suipa é a opção de muita gente que deseja renunciar ao seu bichinho, mas existem outros recursos menos convencionais – para não dizer cruéis. É comum que os cães sejam simplesmente largados nas ruas e estradas. Há quem lance mão de um truque desonesto: levar o cachorro ao pet shop, para tomar banho, e não voltar para recolhê-lo. Cansados de receber calotes desse tipo, há três meses os proprietários do Pet Center Marginal, em São Paulo, passaram a exigir a apresentação de identidade dos clientes. Dessa forma, podem rastreá-los caso desapareçam. "As pessoas traziam o animal aqui para banho ou tosa e nunca mais vinham buscá-lo", conta Valéria Bento, gerente do estabelecimento.

Para o cão, o abandono por parte do dono é uma experiência devastadora, da qual ele dificilmente se recupera. Os cachorros, como seus ancestrais, os lobos, são programados pela evolução para seguir o líder da matilha. No caso dos cães de estimação, esse líder é o dono – sem ele, o animal fica desorientado e perde suas referências. Muitos recusam comida, entram em depressão e chegam a morrer de tristeza. "Quando o cão tem um líder e o perde, vive uma eterna busca para obtê-lo de volta", diz Hannelore Fuchs, veterinária e psicóloga de animais, de São Paulo. A única forma de reverter a carência e a aflição dos cães abandonados é encontrar-lhes um novo dono. Esse é o papel dos autodenominados protetores independentes, pessoas que, sem o apoio de instituições, recolhem cachorros das ruas, dão abrigo, alimento e vacina aos bichinhos e depois correm atrás de um novo lar para eles.

A atriz carioca Betty Gofman é uma das pessoas engajadas nessa causa. Três anos atrás, ela viu uma cadelinha em meio a uma poça de lama na estrada. Sentiu pena, mas passou reto. Quando decidiu voltar para resgatá-la, soube que havia sido atropelada. A experiência fez com que começasse a recolher animais abandonados nas ruas. "Tenho um acordo com meu marido de pegarmos, no máximo, dois cachorros ou gatos por vez. Nos últimos três anos, já consegui lar para mais de 100 animais e fico com eles o tempo que for preciso", conta Betty, que tem seis animais de estimação permanentes. O trabalho do biólogo Lito Fernandez, de São Paulo, tomou proporções ainda maiores. Depois de encher a casa de animais – já chegou a ter oitenta bichos juntos e a contratar pessoas para ajudá-lo na manutenção –, ele organizou o Projeto Natureza em Forma, que promove a adoção de animais abandonados. O projeto funciona há seis anos, conta com 25 voluntários e já conseguiu lar para 2.200 cães. Fernandez recolhe os animais no Centro de Controle de Zoonoses e os leva a feiras e eventos onde possa haver pessoas interessadas em adotá-los.

Um fator que colabora para elevar o número de cães abandonados é que, de tempos em tempos, torna-se moda possuir um animal de determinada raça. Desde que a collie Lassie fez sua estreia nas telas de cinema, em 1943, basta uma raça ganhar os holofotes para que a procura por seus espécimes aumente (veja o quadro abaixo). Passado o modismo, muitos donos não querem mais saber de exibir o animal, ou acham que ele dá muito trabalho. Há três anos, o empresário paulista Marcelo Januário leu o best-seller Marley & Eu, do americano John Grogan, em que os protagonistas são um labrador e seu dono, e se entusiasmou com a ideia de comprar um cão da mesma raça. Pagou 630 reais por um filhote de fêmea, mas, dois anos depois, precisou doar o animal. "Ela passava muito tempo sozinha, então comia desde sapatos até o controle remoto, destruiu o sofá e latia a noite toda. Eu a adorava, mas não tinha noção do trabalho que dava", explica Januário.

Para estimular a posse responsável de animais e diminuir o abandono de cães nas ruas e abrigos, há dois anos o governo suíço promulgou uma lei curiosa. Quem compra um cachorro, além de registrá-lo, precisa fazer um curso que envolve teoria (necessidades e desejos dos animais) e prática (situações que podem acontecer durante um passeio com o animal, por exemplo). Abandonar o melhor amigo do homem não é hábito só dos brasileiros.
Fonte: VEJA